7.23.2011

Pois, Café

Neste lugar há mesas de madeira onde se pode estudar, ler ou comer. Há poltronas onde, tal como em casa, podemos estar confortavelmente ora a escrever, ora a fazer rabiscos.





A paredes meias com a Sé, quase que escondido, está um café cujo nome nasceu devido à quantidade de vezes que as duas austríacas donas deste lugar nos ouviam dizê-lo – quase “quatrocentas vezes por dia”, diz Catherine Bauer, uma das sócias. A palavra é pois e daí ficou o nome: pois, café.
O conceito é diferente de todos os outros vistos em Portugal – este é um lugar onde se lê, conversa, escreve e desenha ao sabor das receitas que são dos avós e dos bisavós de cada pessoa que por ali passa.


Aqui onde nada é igual a nada, desde a decoração à ementa, todas as ideias surgiram através das inúmeras viagens que as duas amigas fizeram e cada bocadinho deste espaço remete para um canto diferente do mundo.
Os livros que envolvem este grande espaço estão disponíveis para troca: para levar um para casa basta deixar outro no seu lugar. E muitos são os que aderem levando um ou outro e deixando livros que trazem sempre, ou quase sempre, um bilhetinho no seu interior.
Os clientes são os mais distintos, desde os que vêm para os grandes almoços em família – e principalmente para o brunch de domingo –, aos que fazem deste lugar uma casa emprestada e nele passam tardes a aquecer as mãos em chávenas de café quente enquanto a música sempre suave se vai mantendo presente.
À entrada há ainda uma grande placard com as mais diversas mensagens: quartos, workshops, empregos ou apartamentos, que chamam muitos que andam à procura destes anúncios. Mas clientes é coisa que não falta ao pois,café e Catherine diz mesmo: “nunca fizemos publicidade mas também nunca tivemos alturas em que estivemos sentadas à espera de clientes, havia sempre gente”. E hoje é vê-los ao fim-de-semana à espera de terem lugar onde se sentar.
As grandes e altas paredes, além de contarem com os imensos livros que a elas se encostam, estão também cobertas por quadros que mudam todos os meses. Com o objectivo de terem algo sempre diferente Catherine e Barbara estão abertas às ideias de novos e velhos artistas que não tenham galeria própria e que gostavam de ver a sua obra exposta com a única condicionante de que esta tem de ser adequada a qualquer pessoa, dos 8 aos 80.


Os que aqui vêm querem algo diferente, um refúgio. As mesas largas, as poltronas e os sofás incitam à conversa, as mesinhas apoiam os livros, os capuccinos e as tostas, as cores aquecem e a música envolve-nos. Mais do que um lugar para se ir, é um lugar para se ficar e ir ficando.
E no que diz respeito à ementa a minha sugestão é a torrada em pão de sementes com manteiga e doce de morango, a acompanhar com um latte ou um pois, cacau.






Rua São João da Praça, 93-95
Sé / Alfama
Lisboa

Terça - Domingo
11:00 - 20:00