11.15.2011

Un Été Brûlant (e a presença de Louis Garrel em Lisboa)


Louis Garrel – o actor francês que deixa muita gente a suspirar – veio até Lisboa, no passado dia 11 de Novembro, para apresentar, no Cinema Monumental, o filme que protagoniza: “Un Été Brûlant”. Filme que esse que é realizado por Philippe Garrel, o pai de Louis.

Sem presunções, arrogâncias ou manias, Garrel (o filho) esteve divertido e descontraído, enquanto conversava, num delicioso inglês afrancesado, com Rui Pedro Tendinha, perante uma sala completamente cheia.

 "Un Été Brûlant", ou, em português, "Um Verão Escaldante",  é um filme típico de Philippe Garrel: as personagens, a fotografia, a história. Tudo tem um bocadinho dele e da sua forma de realizar.
Mas Garrel (o pai) já nos habituou tão bem ao seu magnífico preto e branco que, ao vermos um filme seu a cores, quase que desejamos que os tons de desvaneçam.

Quanto ao enredo do filme, se quisermos ser práticos e sucintos, podemos dizer que conta a história de um homem que perdeu a razão de viver.
Toda a acção gira em torno de dois casais (dos quais de um deles faz parte Monica Bellucci) e assenta na eterna questão: como é que um homem e uma mulher comunicam?
Ainda que não fosse o tom do filme, houve, pelo meio, um ou outro momento cómico que ia despertando o público (ou pelo menos a parte que precisava de ser despertada). É que, no início, Louis Garrel comentou precisamente que em todas as salas onde é exibido um filme do seu pai, há sempre uma metade que gosta e outra que odeia. Já faz parte do trabalho dele.

E para acabarmos como deve ser... o Garrel, ali a poucos passos de nós, pela lente da Joanica. Porque - não digam a ninguém - no fundo, no fundo, foi ele o mais importante daquela sessão.



(fotografia roubada do bigode da Joanica)


11.04.2011

Casa de Ló


O espaço que antigamente era ocupado pela Casa Margaridense – famosa pelo seu pão de ló –, na Travessa de Cedofeita, no Porto, foi, passados dois anos, totalmente renovado e renasceu com um carácter multifacetado e que agrade a (quase, pelo menos) todos.

De dia é uma casa de chá, de noite um bar. Chama-se Casa de Ló e mantém, da casa centenária, precisamente, o belo pão de ló.
Na primeira parte do espaço, existe ainda uma loja, onde podemos encontrar produtos nacionais confeccionados de forma tradicional, desde marmelada, compotas e geleias a bombons, biscoitos e bolachas.
Depois de atravessarmos a loja e a zona de café, encontramos um pátio, escondido e rodeado pelas traseiras dos prédios circundantes, onde se consegue ver o céu estrelado em noites de Verão.



A decoração junta dois ambientes distintos, o antigo e o contemporâneo, que se complementam de forma natural e quase orgânica, sem que demos conta do lapso temporal entre as mobílias que fazem parte da área da loja e da área do café (ou salão de chá, ou bar, ou que lhe quiserem chamar).
A madeira castanha escura tem lugar de rei neste espaço, mas quem verdadeiramente impera é a luz natural que atravessa as grandes portadas que dão acesso ao quintal e que preenche o espaço quase na sua totalidade.

A Casa de Ló é um óptimo lugar para se trabalhar no computador à tarde e o melhor para ouvir música e conversar com os amigos à noite (mas, atenção, se chegarem tarde não contem com lugar para sentar, porque já são muitos os que conhecem o bom ambiente deste sítio).

Aqui, principalmente durante o dia, vêm pessoas de todas as idades – filhos, pais e avós. E a boa-disposição e simpatia que o Ló transmite (em muito graças às pessoas que nele trabalham) contagiam qualquer um.

Para comer, no topo da lista está o clássico da casa, o pão de ló de Margaride, que vem de Felgueiras, que, seja na versão original ou torrado com manteiga e marmelada, é de comer e chorar por mais. Mas também vale a pena experimentar as cavacas e as bolachinhas.
A acompanhar, há uma panóplia de chás saborosos (e com nomes bem sugestivos), ou, então, se o dia estiver quente, uma coca-cola com limão e gelo.
E os preços são totalmente acessíveis.


É a decoração simples e descontraída, que aliada à boa música como de pano de fundo, a simpatia de quem lá trabalha, as pessoas que lá passam, e a luz que entra no espaço, que nos dá a acolhedora sensação de estarmos em casa. E que nos faz querer voltar e voltar e voltar, seja em que dia for, seja para uma paragem rápida ou para passar o resto da tarde, e seja qual for a nossa disposição ou humor.










Travessa de Cedofeita, nº 20 A
Horário:
De Segunda a Sábado, das 13h00 às 02h00
Encerra do Domingo


Facebook da Casa de Ló