Louis Garrel – o actor francês que deixa muita gente a suspirar – veio até Lisboa, no passado dia 11 de Novembro, para apresentar, no Cinema Monumental, o filme que protagoniza: “Un Été Brûlant”. Filme que esse que é realizado por Philippe Garrel, o pai de Louis.
Sem presunções, arrogâncias ou manias, Garrel (o filho) esteve divertido e descontraído, enquanto conversava, num delicioso inglês afrancesado, com Rui Pedro Tendinha, perante uma sala completamente cheia.
"Un Été Brûlant", ou, em português, "Um Verão Escaldante", é um filme típico de Philippe Garrel: as
personagens, a fotografia, a história. Tudo tem um bocadinho dele e
da sua forma de realizar.
Mas Garrel (o pai)
já nos habituou tão bem ao seu magnífico preto e branco que, ao
vermos um filme seu a cores, quase que desejamos que os tons de
desvaneçam.Toda a acção gira em torno de dois casais (dos quais de um deles faz parte Monica Bellucci) e assenta na eterna questão: como é que um homem e uma mulher comunicam?
Ainda que não fosse o tom do filme, houve, pelo meio, um ou outro momento cómico que ia despertando o público (ou pelo menos a parte que precisava de ser despertada). É que, no início, Louis Garrel comentou precisamente que em todas as salas onde é exibido um filme do seu pai, há sempre uma metade que gosta e outra que odeia. Já faz parte do trabalho dele.
E para acabarmos como deve ser... o Garrel, ali a poucos passos de nós, pela lente da Joanica. Porque - não digam a ninguém - no fundo, no fundo, foi ele o mais importante daquela sessão.
(fotografia roubada do bigode da Joanica)