Uma
lufada de ar fresco aconchegante, tal como se espera nas primeiras manhãs de
Primavera. Ameno mas com um toque electrizante. Assim é Rising, o disco que
David Fonseca lançou em Março passado e que representa a primeira
metade de “um ano de vida em canções”.
O
dono deste trabalho é um David mais arrojado que pegou em tudo aquilo que tem andado a experimentar nos últimos discos,
misturou isso mesmo e melhorou.
Que
sempre gostou de experimentações com variados instrumentos e objectos musicais
não é novidade, mas este é sem dúvida um David muito mais “eléctrico”, enérgico
e vivo. Da primeira à última faixa.
Agora,
as suas músicas estão mais longe de êxitos como “Someone That Cannot Love” em
termos melódicos (não necessariamente nas letras ou sentidos) do que poderíamos
imaginar há alguns anos atrás.
O
single da primeira parte de Seasons, “What Life Is For”, já deixava prever algo
assim, mas também não seria a primeira vez que um single mais mexido não
correspondia a um disco com a mesma energia no seu todo.
Em
Rising, “Armageddon” ou “Go Dance All Night” são músicas que nos deixam a pensar
duas vezes se estaremos mesmo a
falar do antigo vocalista dos extintos Silence 4. And in a good way.
Amanhã,
21 de Setembro, dia em que nos chega o Outono, sai a segunda metade de Seasons:
Falling.
Esperemos
que pelo menos parte deste David – que nos faz sentir a música de maneira forte
e apaixonada sem cair na melancolia ou em atmosferas demasiado saudosistas – lá esteja também.